domingo, 15 de abril de 2018

paz na alma - uma vida incomum como qualquer um 46











paz na alma


Meu corpo reclama. Entendo, atendo, me comporto. Rejuvenesço.

Minha alma clama, paz. Sinto, desejo, tento, me pacifico. Eternizo.

Cada um, na sua boa vontade, de acordo com seu desejo e possibilidade. Paz, amor e progresso nos cuidados que cada um tem consigo. E, assim, com outras, com outros, comigo.

O que me proibo, em outros critico. Se não me permito, a outros inibo.

O jeito que sou é minha mensagem.

Quando atento, amenizo minha impotência com a consciência da minha potência. Contento, aprendo com o que é. Tudo é novo. Mas só vivo o que percebo do que sinto.

Entristeço. Logo me lembro. Outro dia entristeci, soube de artérias entupidas, morte rondando. Falei do que sentia, me expus, retornaram informações preciosas. Fui lembrado. Eu sou o que como. Mudou minha alimentação, mudaram as sensações, os sentimentos. Leveza substitui aquela tristeza.

Pressinto. Minha respiração alimenta a emoção que sinto.

Nunca vivi antes o que agora vivo. O caminho certo, incerto. Sabe o amigo?

Muita gente triste como a gente. Eu, debaixo da tristeza, medo e raiva.

Sinto tristeza e raiva, raspo em mim compaixão e alegria e me pergunto o que fazer, sabendo que não quero guerrear?

Enquanto isto, sabendo também que rico é quem vive contente, volta e meia, me pergunto e escolho.

Como viver, bem, neste mundo, do jeito que o mundo é?

Sinto, como sempre, tudo novo.

Sabe, aquilo que sinto como se fosse eu. Mas que é do outro. Reconheço no outro um tanto do que tenho em mim. Sinto, pressinto, o que o outro sente. Solidarizo.

Sucesso, imagino, tem por base identificações. Eu sinto o que ele sente. Eu me identifico com ele. Sou seu fã, sou seu eleitor, seu admirador.


E la nave va. Passa o passado, passa o presente, tudo futuro. Repetições e novidades. Mesmo as novidades, repetições. A história se repete, semelhante. Tudo novo. E o que é novo, não conheço, tenho medo.

Mentiras repetidas, repetidas, repetidas, dão, ao falso, vida. Acredito mais no que me vai ao meu redor do que me dizem os meios de comunicação. A história muda com o contador.

Descubro, posso escolher um tanto do que vivo. Vivo o que percebo do que sinto. Atento a meus sentimentos, descubro suas origens em meus próprios atos. Se ligo a tv, despertam em mim sentimentos de indignação, raiva, medo, tristeza. Se como o que não devo, sinto o que não queria-querendo.

Houve uma época em que gente como a gente andava cabisbaixo, o corpo em depressão, tristemente contido. Depois desta época, houve outra, de aprendizado de viver em liberdade, todos nós a aprender a escolher. Nesta terceira época, sai a neurose, entra a psicose. “ Eu não me importo comigo. E não me importo com o outro. Não me interessa o outro.”.

Tento viver, bem, neste mundo, do jeito que ele é. Mesmo eu desejando outro mundo. Construo, este mundo que desejo, em cada olhar, falar, escutar, cheirar, tocar. Em cada pensamento, sentimento, construo este mundo que vivo. Sou responsável pelo que sou. Navego entre o desejo e a possibilidade.

Se bem me faço, e faço mal a ninguém, e bem a outros, também, que mal que tem?

Lembro de Getúlio. Chumaços de algodão no nariz, deitado em seu caixão. Vagamente de Café Filho, Nereu Ramos. Lembro de Juscelino, cinco anos em cinquenta, o aerouilis, o peixe vivo, Brasília. Lembro de Jânio com sua vassourinha. De Jango, com esperança. Da tristeza do silêncio, da dúvida, da desconfiança. “Segurança e desenvolvimento”, enquanto o mundo explodia, “all we need is love”.

Até hoje, não sei direito como morreram Getúlio, Juscelino, Jango, Castello Branco, Costa e Silva. História mal contada.

Lembro dos movimentos populares que antecederam Tancredo. Sarney, Collor. Itamar me surpreendeu, gostei de Itamar. Fernando Henrique, uma simpatia que se inverteu.

Até hoje, não sei direito como morreram, Ulisses Guimarães, Tancredo, Eduardo Campos, Teori Zavaski, Marielle Franco.

Como não sei como morreram tantos contemporâneos.

Lembro dos movimentos populares que antecederam Lula. Sem medo de ser feliz, uma maneira de ser pra toda vida. Lula me alegra, através de quem se alegrou com ele. Gente de cabeça erguida, justa autoestima, a aprender a viver, minorias como maioria. Tempo de verão, viver é uma festa. Lula é uma ideia. Lula é eu. Lula é um tanto de mim, eu sou um tanto de Lula, como, desejo e vejo, uns tantos de nós.


Quando faço algo pela primeira vez, tropeço, faço errado, mesmo tendo boa intenção, boa vontade. Sinto, o que importa, mesmo, é a boa vontade. Assim, também, com outras, com outros. Mas, se a boa vontade impera, tristeza já era. Chato é quando a má vontade, a má intenção imperam. A alegria já era.

Não sei o que fazer. Eu me sinto impotente diante do que acontece no mundo. Aqui e lá. Mas tenho me sentido potente, quando usufruo do meu lado vivo e pratico a alegria de ser. Quando contente, só por estar, agora já sei, facilito o melhor ao redor.




Luiz Fernando Sarmento












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