sexta-feira, 26 de maio de 2017

insights? - uma vida incomum como qualquer um 35

   


 uma vida incomum como qualquer um 35

insights?


Volta e meia meu corpo me avisa pr’eu me cuidar. Bom menino, quando escuto meu corpo, relaxo sem culpa. Meu corpo é, às vezes, uma mãe...

Tenho me sentido no limbo. Sabe o que é limbo? No catecismo, quando perdi minha inocência, aprendi que o limbo é aquele lugar pra onde vão os anjinhos, as crianças que morrem sem batismo. Lá, do que entendo, é vazio, é um nada. Meu limbo atual é este não saber quem sou, onde estou, de onde vim, pr’onde vou, que desejo. Como não sei, permaneço...

Minhas realidades pouco a pouco se enevoam... e eu gosto. Não sei descrevê-las, tudo um tanto difuso. Sigo a intuição, quase o impulso, mesmo sabendo que não sei. Tá vendo? - brincadeira - imagino além de mim, outros. Os objetos têm perdido antigos sentidos de suprirem vazios.

Saem os objetos, ficam os vazios, pelo menos não me engano. E o melhor, tenho me sentido melhor. Paralelo, o pique corporal diminui, os desejos, a ansiedade também. Serei o santo que desejei ser quando perdi a inocência no catecismo?

Pois é, sinto que a vida é o que sinto. Volta e meia me pergunto o que está ao meu alcance... e me surpreendo com o que posso fazer por mim mesmo.

Esta foi mais uma vez em que perdi outra inocência: se não cuido de mim, quem cuidará? Quando tento olhar com os olhos de quem me cuidou ou cuida, minha mãe por exemplo, desconfio que o outro - ela - vive tantas questões pessoais que não conseguiu resolver... Quando, assim, sinto compaixão por ela, me permito compaixão por mim mesmo. Se minha mãe foi não perfeita - nem meu pai, meus modelos - como eu?

Aí então me pergunto: o que está ao meu alcance fazer por mim? Viver contente? Rio, rio, rio... e não sei por que. Acho que tou no caminho certo.

Tudo muito novo, pra mim, isso de alimentar alegria. Rio de mim? E se rio do outro, no fundo rio de mim?

Luiz Fernando Sarmento














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