uma vida
incomum como qualquer um 35
insights?
Volta e meia meu corpo me avisa pr’eu me
cuidar. Bom menino, quando escuto meu corpo, relaxo sem culpa. Meu corpo é, às
vezes, uma mãe...
Tenho me sentido no limbo. Sabe o que é
limbo? No catecismo, quando perdi minha inocência, aprendi que o limbo é aquele
lugar pra onde vão os anjinhos, as crianças que morrem sem batismo. Lá, do que
entendo, é vazio, é um nada. Meu limbo atual é este não saber quem sou, onde
estou, de onde vim, pr’onde vou, que desejo. Como não sei, permaneço...
Minhas realidades pouco a pouco se enevoam...
e eu gosto. Não sei descrevê-las, tudo um tanto difuso. Sigo a intuição, quase
o impulso, mesmo sabendo que não sei. Tá vendo? - brincadeira - imagino além de
mim, outros. Os objetos têm perdido antigos sentidos de suprirem vazios.
Saem os objetos, ficam os vazios, pelo menos
não me engano. E o melhor, tenho me sentido melhor. Paralelo, o pique corporal
diminui, os desejos, a ansiedade também. Serei o santo que desejei ser quando
perdi a inocência no catecismo?
Pois é, sinto que a vida é o que sinto. Volta
e meia me pergunto o que está ao meu alcance... e me surpreendo com o que posso
fazer por mim mesmo.
Esta foi mais uma vez em que perdi outra
inocência: se não cuido de mim, quem cuidará? Quando tento olhar com os olhos
de quem me cuidou ou cuida, minha mãe por exemplo, desconfio que o outro - ela
- vive tantas questões pessoais que não conseguiu resolver... Quando, assim,
sinto compaixão por ela, me permito compaixão por mim mesmo. Se minha mãe foi
não perfeita - nem meu pai, meus modelos - como eu?
Aí então me pergunto: o que está ao meu
alcance fazer por mim? Viver contente? Rio, rio, rio... e não sei por que. Acho
que tou no caminho certo.
Tudo muito novo, pra mim, isso de alimentar alegria.
Rio de mim? E se rio do outro, no fundo rio de mim?
Luiz
Fernando Sarmento
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