quinta-feira, 20 de abril de 2017

redes - uma vida incomum como qualquer um 06





uma vida incomum como qualquer um 06

redes

Fecho os olhos

e respondo a mim mesmo: o que aqui procuro? O que aqui ofereço? Imagino agora que posso expressar para todos: o que procuro e o que ofereço. Se este canal de comunicação se estabelece entre eu e outros, tendo cada um de nós esta liberdade de comunicação, estaremos em rede.

Sei, imagino que todos sabemos, que conhecimento é poder. E compartilhar conhecimento é compartilhar poder.

Cássio Martinho me ensinou: rede é um esforço individual e coletivo de comunicação, um compartilhamento de informações. Na rede, ausência de hierarquia, presença de iniciativa espontânea de quem participa. Eu praticava redes e não sabia.

Redes fazem parte de um processo que pode chegar a transformações individuais e coletivas. Comunicações entre pessoas possibilitam criação de relações, vínculos, confianças, descobertas de interesse comuns – temáticos, territoriais... E trocas, construções de parcerias, realizações de objetivos comuns. Assim se formam capitais sociais.

Trabalhos sociais e comunitários dependem diretamente da participação coletiva, de cada um. Redes espontâneas: uma criança nasce, a tia telefona pra prima, que telefona pra avó, que fala pros netos, que espalham pros amigos... A rede nasce, cumpre sua função, desaparece. E reaparece quando necessária. Muitos agora sabem que a criança nasceu.

São inúmeros os tipos de redes: presenciais, virtuais, fomentadas, redes de redes. Redes são diferentes de cadeias. Redes pressupõem espontaneidade, ausência de hierarquia. Cadeias não: têm gente que manda em gente. Redes quando se somam, se multiplicam. Multiplicam de tamanho quando se articulam com outras redes. Por exemplo, quando se comunicam entre si – movidos por interesse comuns – setores públicos, setores privados, movimentos populares.

Facilita a formação de redes presenciais a ausência de discriminação de raça, crença, facção, partido político, ideologia, gênero, sexo... Também um espaço neutro, onde cada participante se sinta à vontade, seja evangélico, espírita, católico, budista, maometano, taoísta, ateu, agnóstico, duvidoso... Ou negro, branco, mulato, amarelo, albino, pobre, rico, remediado, democrata, liberal, socialista, anarquista, hétero, homo, bi, pan...

Expansões da rede são estimuladas quando disponibilizadas informações básicas – lista de presenças, com telefones, e-mails... – tanto durante os encontros quanto logo depois virtualmente pela internet. Mais ainda se também distribuídos, para cada um e para todos, os classificados sociais, que são descrições das ofertas e procuras que aconteceram durante os encontros. Os Classificados Sociais e as Listas de Participantes servem para facilitar contatos e intercomunicações.

Tendo estas informações em mãos, depende de cada um a iniciativa de contatar e articular parcerias. E, naturalmente – base para relações humanas
saudáveis – vínculos afetivos fortalecem redes.

Luiz Fernando Sarmento








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