uma vida incomum como qualquer um 08
O Sesc Rio
Mergulhei no Sesc
em 2.000. Éramos poucos mais de 400 para 3 vagas. 7 meses, o processo de seleção.
Fui contratado como coordenador técnico e locado no Sesc Ramos, ao lado do
Complexo do Alemão.
Minha função era
cuidar da programação, facilitar o trabalho de colegas que produziam eventos,
atividades socioculturais, esportivas, de lazer e promoção da saúde.
Quando cheguei, uma
média de 150 pessoas frequentavam diariamente os espaços da unidade operacional.
Quando sai dali pra trabalhar na sede, 1200 a 1500 pessoas diárias. Tudo muito em
colaboração com os colegas da época que apoiaram transformações.
Logo no início, com
a intenção de desburocratizar, estudei os caminhos dos papéis. Na verdade, os
caminhos desde a ideia à avaliação, passando pelo consenso na programação, alocamento
de recursos, preparação, contratações, realização, pagamentos... Criamos e implantamos
ali uma metodologia que chamei de Sistema Sesc de Produção.
Processos e
procedimentos se simplificaram e, com o tempo, natural e espontaneamente outras
unidades operacionais do Sesc Rio adotaram a metodologia. Nela, o IBAS –
Informações BÁSicas – que nomeei em homenagem a Betinho, do IBASE, continha
respostas às 7 perguntas básicas necessárias para a realização de eventos e
atividades: o que, quando, porque, como, onde, quem, quanto.
Criamos e
distribuímos muitos e muitas folhetos e filipetas para os moradores da área,
convites para frequentar o espaço. Experimentamos, junto a funcionários, um
outro método que chamei de Rodízio Criativo. E criamos e implantamos as Redes
Comunitárias, adotada posteriormente pela instituição como um todo.
Ampliamos a atuação
para fora do espaço físico do Sesc Ramos. Fomos até onde nosso público estava.
Era o Sesc fora do Sesc. Tudo isto estimulado pela missão original do Sesc: “O bem-estar social dos comerciários e seus dependentes,
através de serviços de caráter socioeducativo nas áreas da Saúde, Cultura, Educação,
Lazer e Esporte, com qualidade e efetividade. Bem-estar social é aqui entendido
como o resultado de ações de uma estrutura de atividades e serviços de cunho
educativo que contribuem para a informação, capacitação e desenvolvimento de
valores. Os comerciários e seus dependentes representam o público prioritário
do SESC-RJ na prestação de seus serviços, os quais são também extensivos à
sociedade.”
Lembro que o Sesc
faz parte do Sistema S – Sesi, Senac, Senai, Sebrae, Sest, Senat, Senar... Do que
entendi, o Sistema S trabalha com dinheiro público e tem missões originais
voltadas para o público, especialmente trabalhadores e seus dependentes.
Em relação ao Sesc,
especificamente, comerciários e seus dependentes podem frequentar gratuitamente
suas dependências e usufruir dos serviços que as unidades operacionais do Sesc
oferecem: eventos e atividades nas áreas de esporte, lazer, socioeducativa,
turismo e saúde, como, por exemplo, assistência odontológica de boa qualidade.
Sou profundamente
agradecido à instituição pela oportunidade de ali realizar trabalhos com o senso
ético que carrego em mim. Porém, não me identifico com a orientação definida
pela direção do Sesc Rio nos últimos tempos em que lá trabalhei, em 2011.
Vídeos
Já na sede, no
Flamengo, na Assessoria de Projetos Comunitários supervisionada por Gilberto
Fugimoto, planejamos e realizamos diversas ações comunitárias, enormes e
pequenas. Para difundir a metodologia encomendamos e orientamos a realização do
vídeo institucional Redes Comunitárias.
Um tanto pela
importância daquilo que fazíamos, eu me propus realizar registros em vídeo,
especialmente de encontros de redes comunitárias. Comprei, com meus recursos,
equipamentos – 2 conjuntos: câmeras, tripés, microfones direcionais, extensões...
– e gravei. Gravei muito. Já no momento das edições, solicitei e recebi o apoio
do Sesc, que pagou o trabalho de edição. Em contrapartida inclui nos créditos
agradecimentos e autorizei copiagens para distribuição junto a pessoas e instituições
interessadas na metodologia.
A partir do
movimento de cada um que se identificou – vivenciou e tomou conhecimento do
novo jeito de se encontrar e objetivar conversas – as redes se
ampliaram e se
ampliam.
No Sesc criamos
outros encontros. O METS – Movimentos Emocional e Transformações Sociais, com
Michel Robin, nos espaços do Centro de Movimento Deborah Colker –
encontro-pesquisa em busca de informações sobre mudanças individuais e coletivas.
O LPS – Livre
Pensar Social, com Gilberto Fugimoto – roda de conversa entre instituições
interessantes e interessadas no bem estar social.
O CCI – Comunicação
Comunitária Interativa – roda de conversa entre pessoas atuantes em
comunicações comunitárias, com a participação de George de Araújo.
Os vídeos que
realizei com o apoio do Sesc Rio estão disponíveis para que a instituição
utilize em benefício do público. Estão acessíveis no Youtube e no www.luizsarmento.blogspot.com .
Disponibilizamos,
também, pouco mais de 500 classificados sociais, um a um, no http://www.youtube.com/redescomunitarias. Tudo um tanto singelo.
Luiz
Fernando Sarmento
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